Os brasileiros que residem no Centro-Sul do país devem experimentar uma amostra do inverno durante os próximos dias. Vários modelos numéricos estão concordantes com o frio que se instalará em parte do Brasil após a agem de uma frente polar clássica de inverno. A mudança radical no padrão de tempo tem relação com um bloqueio na região da Nova Zelândia. Em resposta a isso, a corrente de jato se comportará como uma montanha russa no Pacífico, lançando em um curto espaço de tempo dois distúrbios em direção a Região Sul.
Até que esse fato não aconteça, sistemas frontais de caráter mais estacionário influenciarão o Sul do país entre o dia primeiro e 2 de julho, com ar bastante frio principalmente no Rio Grande do Sul. No entanto, o primeiro distúrbio do jato chega por volta do dia 3, mas será fraco e terá força para propagar uma frente fria até o Paraná em meados do dia 4. Só que a partir do dia 5, o segundo distúrbio chegará mais potente e reforçará uma região de baixa pressão no Atlântico, que junto ao sistema de alta pressão na Argentina canalizarão o ar gélido para o norte. Os modelos ainda indicam que essa configuração terá potencial para o fenômeno friagem no sul da Região Norte.
Setup poderoso para frio tem sido mantido nas previsões do próximo fim de semana. Veja atualizações do assunto: https://t.co/Pku3FXkQfo pic.twitter.com/2rvcnnQ2Gd
— Bruno César Capucin (@BrunoCapucin) 29 de junho de 2019
Como falta praticamente uma semana para o evento, ainda existem incertezas com relação a intensidade do frio e a chance de precipitação invernal. Entretanto, os principais modelos globais (GFS e ECMWF) sinalizam o risco de neve nas partes mais altas entre os três Estados sulistas. Contudo, essa previsão tem sido válida principalmente a partir do dia 6 em função das temperaturas negativas na baixa troposfera, umidade vinda de sul (Atlântico) e movimentos ascendentes induzidos pela dinâmica de nível superior.
No amanhecer da próxima quarta-feira, temperaturas abaixo de 10°C devem se fazer presentes em boa parte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, contribuindo para a formação de geadas em ambos Estados. Mas o resfriamento na Região Sul se agrava a partir da quinta-feira, onde os termômetros podem ficar abaixo de 5°C nos Estados mencionados anteriormente, inclusive com temperaturas negativas nos locais de altitudes mais elevadas e geadas de até forte intensidade. Ainda na manhã da quinta-feira, o sul do Paraná também estará com temperaturas inferiores a 10°C.
Na sexta-feira, o padrão se repete, mas o ar frio já alcança regiões centrais do Paraná. É então no alvorecer do sábado que se prevê o auge da onda de frio, onde temperaturas negativas generalizadas estão previstas entre o norte do Rio Grande do Sul e na maior parte de Santa Catarina e do Paraná, incluindo também o sul paulista.
Previsão de temperatura em superfície e em 1,5 de altitude no dia 6 de julho às 3h00. pic.twitter.com/JHux7GqOfY
— Bruno César Capucin (@BrunoCapucin) 29 de junho de 2019
Outros locais como o interior de São Paulo, sul de Minas Gerais (também o triângulo mineiro), sul de Goiás e grande parte do Mato Grosso do Sul terão o amanhecer de sábado com temperaturas sub 10 e geadas generalizadas. É importante recordar que geadas fracas se desenvolvem com temperaturas entre 3°C a 5°C, moderadas entre 1°C a 3°C e fortes quando a temperatura é igual ou menor que 0°C, onde as geadas fortes correspondem as geadas negras que matam os vegetais. O panorama da onda de frio apresentado aqui para o próximo fim de semana está sujeito a atualizações.