No dia 14 de agosto de 2024, a Organização Mundial da Saúde declarou que a Mpox é uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII), em virtude do "crescente número de paíse africanos apresentando aumento de casos da doença"
"O Comitê informou ao Diretor-Geral que considera o aumento do mpox uma ESPII, com potencial de se espalhar ainda mais por países da África e possivelmente fora do continente" - OMS
Países como a República Democrática do Congo apresentam circulação endêmica do vírus causador da Mpox (monkeypox virus ou MPXV), com um aumento de casos expressivo nos últimos anos.
Segundo a OMS, o número de casos atuais já ultraou o relatado no ano anterior, com mais de 15 mil casos e mais de 500 mortes. Dados compartilhados pela UNICEF apontam que a maioria dos óbitos foram crianças.
Ainda, em 2023, houve a detecção de uma nova cepa do vírus MPXV, chamada de Clado Ib, o qual parece estar se transmitindo de forma mais facilitada no surto atual.
Ao o que os dados epidemiológicos possam sugerir uma maior letalidade, fatores geográficos, ambientais e de o à saúde podem influenciar esse parâmetro, o qual necessita de maior investigação.
A soma desses fatores, somado ao risco de dispersão para países vizinhos e países fora do continente africano eleva o alerta global sobre a doença, justificando a declaração da ESPII.
A declaração da ESPII não significa que, neste momento, estamos em uma pandemia de Mpox. Significa, sobretudo, que o alerta global sobre a doença está em seu nível mais alto, e que ações devem ser coordenadas, local e globalmente, para evitar que a dispersão seja maior.
Diferente da Covid-19, uma doença nova a qual ficou conhecida em 2019 e trouxe uma pandemia (que segue em andamento) sem precedentes, a Mpox é uma doença conhecida, com vias de transmissão distintas da Covid-19 e cujos mecanismos de contenção são conhecidos, mas precisam ser engajados para evitar surtos maiores.
A Mpox (monkeypox virus) é um poxvírus, pertencente ao gênero dos Orthopoxvirus, o qual a varíola humana (smallpox virus) também faz parte. Inicialmente foi descoberto em macacos, em 1958, mas se sabe que este animal não é um reservatório do vírus, e outros mamíferos podem transmiti-lo. O primeiro caso da doença em humanos ocorreu em 1970, na República Democrática do Congo.
Por ser uma zoonose, a doença pode ser transmitida a partir do contato com secreções de animais infectados. No entanto, a transmissão entre humanos parece estar acelerando o surto atual, e ela pode ocorrer nas seguintes situações de contato próximo, direto e prolongado:
Os principais sintomas e sinais de alerta para a doença são:
O vírus da Mpox nunca deixou de circular no país, mesmo após o fim da ESPII declarada em 2022. Atualmente, o país registra mais de 700 casos "confirmados ou prováveis da doença, sendo 85% do sexo masculino e 42,2% são pessoas que vivem com HIV/Aids", segundo o Ministério da Saúde.
Nos últimos dias, a pasta instalou um Centro de Operações de Emergência (COE) para a Mpox, visando, entre outras ações, "a análise das evidências científicas mais atuais sobre o tema em todo o mundo, com o intuito de indicar as recomendações e ações necessárias no território brasileiro".
Entre outras ações, houve a atualização de recomendações e planos de contingência, ampliação da capacidade diagnóstica, oficina e webnários sobre a Mpox para profissionais de saúde, além de materiais informativos sobre o tema. A pasta também está negociando a compra de 25 mil doses da vacina, junto da prorrogação para o uso de doses existentes no país, junto a Anvisa.